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Caros amigos bom dia.
No dia seguinte ao primeiro grande e bem sucedido evento do Santiago Global, queremos dar-vos conta do imenso sentimento de orgulho, de realização e de contributo para o futuro da nossa região que estamos a viver na sequência da realização da Conferência "Estratégia para Santiago".
Muito obrigado a todos, aos que contribuíram para a organização do evento, aos muitos que assistiram à conferência, muito especialmente aos que viajaram de longas distâncias para estarem presentes.
A todos, insistimos, um MUITO OBRIGADO e a convicção de que, com o vosso continuado apoio e contributo, o evento de ontem será um primeiro passo, de tudo o resto que vamos fazer pela nossa região!
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Tudo sobre a Conferência “Estratégia para Santiago”
Decorreu no
passado sábado, dia 4 de Maio de 2019, a primeira conferência promovida pela
plataforma Santiago Global, na Sociedade
Harmonia em Santiago do Cacém e com o título: “Estratégia para Santiago”.
A Conferência
contou, durante toda a tarde, com a presença constante em sala de mais de uma
centena de pessoas interessadas em ouvir e debater a estratégia de
desenvolvimento da região de Santiago do Cacém.
A Conferência
organizou-se num primeiro painel onde foi possível conhecer alguns exemplos
práticos da construção e implementação de “Estratégias
de desenvolvimento Social e económico regional” em outras
geografias e posteriormente, num segundo painel, conhecemos exemplos concretos
de pessoas que no concelho de Santiago do Cacém vencem as “dificuldades e os desafios do
desenvolvimento” das suas empresas e implementam e fazem
crescer os seus projectos.
Os oradores que
integraram os dois painéis, trouxeram conteúdos recheados de interesse, e de
experiências vividas em diferentes locais e regiões do país e também no nosso
Concelho, tendo apresentado testemunhos de elevadíssima qualidade e de excelência
no plano nacional, verdadeira inspiração para todos nós.
No primeiro painel, pela “mão” de Teresa Preta dos Territórios Criativos
foi possível entender o efeito catalisador do desenvolvimento local, na criação
de empresas e de empregos, mas também na dinamização de espaços disponíveis e mesmo
degradados, que advém da criação e animação de incubadoras. Ramiro
Gonçalves, Secretário Executivo da Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega,
trouxe até nós a experiência de problemas muito similares aos que vivemos no
litoral alentejano. “somos 90 mil pessoas e todos os anos perdemos 700 pessoas,
não só pela demografia, mas [cerca de 200 a 300 pessoas por ano, também] porque
os territórios que estão ao nosso lado são melhores do que nós somos e as
pessoas procuram os territórios mais competitivos para poder viver.” “Há uma
grande identidade entre o alto Tâmega e o Alentejo Litoral, são as duas regiões
do pais com menor cobertura de ensino superior em Portugal.” Foi também observado
nos relatado o ciclo vicioso do despovoamento, que viria mais tarde a ser
corroborado pelos empresários locais, i.e., porque não há uma forte dinâmica económica,
as pessoas saem à procura de oportunidades em outros territórios, e o facto de
não haver pessoas, nomeadamente qualificadas, constrange e por vezes impede a
iniciativa económica. Por fim Hélia
Gonçalves Pereira, uma Grandolense e professora do ISCTE - Lisboa,
partilhou a resposta da sua escola e dos seus alunos à tragédia dos incêndios
em castanheira de Pêra e Figueiró dos Vinhos. Na sequência de um grito de ajuda
que veio na forma de um email de uma aluna daquela escola, houve uma
intervenção da academia no terreno, na qual o desafio colocado aos alunos foi o
de analisar as valias daqueles concelhos após os trágicos incêndios e propor
projectos concretos e implementáveis de dinamização económica e social. Foi um
inspirador exemplo do muito que pode surgir de uma aproximação da academia aos
problemas concretos das populações.
Estes testemunhos
permitiram à audiência conhecer e compreender o que é possível fazer para promover
o empreendedorismo, e a capacidade de iniciativa e de energização, dos
territórios mesmo nos contextos mais adversos e difíceis, experiências essas,
com um forte potencial de replicação na nossa região.
No segundo painel conhecemos quatro
empreendedores da região e os seus projectos, as principais dificuldades que
enfrentaram para construir as suas empresas e os sonhos que lhes permitem
acordar de manhã e enfrentar com determinação e confiança, os custos de
contexto e as adversidades, querendo sempre acreditar. Ouvimos Jorge Nunes da Caixa Agrícola da Costa Azul
relatar-nos de como, ao longo da sua vida, quer na gestão e dinamização do
projecto da Caixa Agrícola, quer em outros projectos que abraçou foi importante
seguir o seu mantra: “Acreditar e Lutar”. Stéphane
Kerdilès falou-nos da sua vinda para Portugal e de como houve que acreditar
no seu projecto hortícola, o Jardim da
Lagoa, que por 7 anos não atingiu o break-even,
mas que hoje produz em 130 hectares produtos que escoa para as principais
grandes superfícies nacionais e para exportação. Guida Silva contou-nos das suas dúvidas e incertezas quando
abandonou o seu trabalho na ADL e abraçou um projecto familiar de turismo rural
– Monte do Giestal, que hoje atrai
muitas centenas de hóspedes anualmente à Cova do Gato, Abela. Por fim Miguel
Ângelo Nunes da Destilaria Black Pig,
premiada recentemente no Frankfurt
International Trophy e no Virtus
Awards 2019, veio falar dos muitos desafios que teve que vencer,
nomeadamente no demorado licenciamento da sua destilaria, e defender a sua
forte convicção de que necessitamos no nosso concelho de definir uma identidade,
“A
Identidade que seja do Alentejo” e a partir daí orientar as nossas acções
de forma concertada e orientada com a identidade definida. Estes
empreendedores, hoje empresários são a prova viva que nos permite acreditar num
futuro melhor para a nossa região!
Durante o
debate, foram ainda identificadas algumas dificuldades, nomeadamente a
existência de algumas ideias e iniciativa local, bem como fundos disponíveis no
plano comunitário, mas que faltam projectos suficientemente sustentados que
permitam conquistar algumas dessas verbas. Santiago está no centro do Alentejo
Litoral, é o concelho com mais população e está muito próximo de Sines. Esta
localização favorece muito uma futura vocação para fornecimento de mão de
obra qualificada. O Alentejo Litoral está a exportar força humana para formação
no exterior e a importar mão de obra qualificada ao exterior. O problema é que
aqueles que saem para se formarem normalmente não voltam. Este é o motivo pelo
qual um pólo de formação superior é fundamental para fixar a população.
Foi identificada a necessidade de melhorar as vias de acesso que são
infra-estruturas básicas para potenciar qualquer tipo de desenvolvimento. Falta
um ICx Litoral (de Tróia a Sagres). Este é um exemplo de projecto que só será
possível se defendido por todos os municípios da região.
Durante a
conferência, decorreu a última fase do Desafio: ideias para Santiago, um
concurso de empreendedorismo promovido pela Santiago Global com o apoio da
Cofidis e da Territórios Criativos. Neste
âmbito, foi apresentada uma ideia de negócio por parte de dois jovens da Escola
Secundária Manuel da Fonseca, tendo acolhido o interesse da audiência e do júri
que lhe atribuiu o primeiro prémio no valor de 500€, patrocinado Cofidis. A entidade Territórios Criativos, patrocinadora do segundo prémio, decidiu
oferecer o valor do mesmo (200€) para ajudar a custear a conferência
e com isso “contribuir para a continuidade da iniciativa”.
O debate foi
alargado a todos os presentes, tendo decorrido de forma rica e participada.
Foram transmitidas opiniões, experiências e sugestões de trabalho futuro,
recolhidas e sintetizadas neste documento como registo do trabalho feito, mas
também como ponto de partida com propostas para o debate e construção de uma estratégia
para a região.
Foram assim
registadas algumas conclusões e propostas para debate ou consolidação, deixadas
pelos intervenientes:
·
Devem identificar-se os vectores de força de
Santiago e comuns aos outros 5 concelhos que integram a CIM, cristalizando uma
identidade comum sobre a qual seja possível construir uma estratégia forte,
distintiva da região e que possa ser promovida fora da região de uma forma concertada
por todos os agentes da CIM. Estes vectores de força devem suportar-se nas
actuais valências e riquezas da região.
·
Deve ser criada ligação forte de colaboração
entre a academia e o tecido empresarial local. Torna-se urgente atrair para
Santiago ou para a CIM do Litoral Alentejano, um pólo universitário ou
politécnico, com garantia de qualidade no ensino e focado nas temáticas de
valor acrescentado para a região, alinhadas com os vectores fortes de
identidade (ainda por definir).
·
Criar uma incubadora de ideias, num espaço de
fácil acesso, com apoio de mentoring
e de capacitação aos promotores de ideias, com a missão de apoiar a apresentação
de propostas/projectos, a obtenção de financiamentos e apoio à implementação de
novas empresas criadoras de emprego e de valor na região.
·
Não existe partilha de informação, de
conhecimento, de investimento, nem de colaboração entre os agentes activos na
região, pelo que se torna urgente melhorar a comunicação e o networking, promovendo uma colaboração
activa e a criação de parcerias entre os agentes locais. Só assim será possível
destruir as actuais barreiras aos projectos e á iniciativa.
·
Como principal acção, devemos procurar
identificar o que será necessário para energizar e capacitar os jovens
empreendedores e os potenciais empresários, promovendo activamente o
investimento externo para projectos locais, preferencialmente alinhados com uma
identidade comum a todos os concelhos que integram a CIM-AL e aos vectores de
força regional que venham a ser estabelecidos na estratégia da região.
Possíveis
vectores de força regional: Turismo (rural, mar, agrícola,
gastronómico, desportivo); Energias (renováveis); Agro-pecuário; Indústria.
Possíveis
Identidades: O Chaparro (ou a Cortiça, a Bolota); O Mar (caldeirada
de peixe, a enguia, o peixe grelhado, sardinha na brasa); Energia (fotovoltaico).
Santiago Global,
2019.05.05
Nota: Anexamos o programa da conferência e a lista de
oradores participantes.
Anexamos ainda resumo de informação sobre a CIM-AL:
A sub-região (CIM) do Alentejo Litoral (CIM-AL) abrange o território da
NUT III constituído pelos municípios de Alcácer do Sal, Grândola, Odemira,
Santiago do Cacém e Sines, cuja área territorial totaliza 5308,11 km², divida
pelas 31 freguesias. O concelho de Odemira é o de maior superfície territorial
do País e um dos maiores da União Europeia com uma área total de 1721 km². Santiago do Cacém é também um dos maiores concelhos
do país e da Europa, com uma área de 1059,77 Km2 e o terceiro mais populoso a
seguir a Évora e Beja, sendo ainda o único na grande região Alentejo que tem
duas cidades do seu termo: Vila Nova de Santo André e Santiago do Cacém.
Conferência
e Debate:
Estratégia para Santiago
14:30 -> Recepção dos convidados (Sociedade Harmonia)
15:00 -> Painel I. Estratégias de
desenvolvimento Social e económico regional
Territórios Criativos – “As incubadoras de negócios como factor de desenvolvimento social e
económico regional“ – Teresa Preta
CIM Alto Tâmega
– “Fazer o Impossível” - Ramiro Gonçalves
ISCTE – “Plantar um sonho” - Hélia Gonçalves Pereira
16:30 -> Coffee Break (patrocinado
por: Restaurante Covas e Mercado à Mesa)
17:00 -> Painel II. As
dificuldades e os desafios do desenvolvimento das empresas locais
Caixa Agrícola da Costa Azul - Jorge Nunes
Jardins da Lagoa Lda - Stéphane Kerdilès
Monte do Giestal - Casas de Campo &
SPA - Guida Silva
Destilaria Black Pig – “A Identidade do Alentejo” - Miguel Ângelo Nunes
18:30 -> Encerramento (cocktail no
bar PARK Lounge café pelas 19:00)
Participantes:
Apresentador
– Bruno Gonçalves Pereira, Produtor na Direção de Programas da RTP | Antena 1
Moderador
do Painel I – Jorge Gamito Pereira, Co-founder e Partner no Grupo Joyn
Painel I
– Teresa Preta, Partner e CEO da Territórios Criativos e Mafra & Ericeira
Business Factory. Docente do Master e, Gestão do Turismo e Hospitalidade no
ISMAT. Board Member da GEN (Global Entrepreneurship Network).
Painel I
– Ramiro Gonçalves, Docente universitário (UTAD) em Sistemas de Informação e
Secretário Executivo da CIM Alto Tâmega.
Painel I
– Hélia Gonçalves Pereira, Professora Assistente de Marketing e Operações no
ISCTE. Directora do “Marketing Future Lab” e especializada na colaboração entre
a Academia e as Empresas.
Moderador
do Painel II – Rogério Ferreira do Ó, CFO na Cofidis
Painel II
- Jorge Nunes, presidente da Caixa Agrícola da Costa Azul
Painel II
- Stéphane Kerdilès, Managing Partner no Jardim da Lagoa Lda
Painel II
- Guida Silva, Gerente no Monte do Giestal - Casas de Campo & SPA
Painel II
- Miguel Ângelo Nunes, Gerente na Destilaria Black Pig
Pitch –
Equipa promotora de ideia de negócio, 2 jovens da escola de Santiago do Cacém.
Júri do
Pitch:
Jorge
Gamito Pereira, Co-founder e Partner no Grupo Joyn
Teresa
Preta, Partner e CEO da Territórios Criativos e Mafra & Ericeira Business
Factory. Docente do Master e, Gestão do Turismo e Hospitalidade no ISMAT. Board
Member da GEN (Global Entrepreneurship Network).
Luís
Silva do Ó – Founder Ouvir&Perguntar
João Diogo
Leitão - Partner
no Grupo4Solutions | Partner no Pop Group
